







Manifesto
Manifesto da 22ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo
Neste dia 20 de novembro de 2025, organizações do Movimento Negro ocupam e marcham pelas ruas de São Paulo na XXII Marcha da Consciência Negra Zumbi e Dandara 300+ 30. Após 137 anos da falsa abolição da escravatura, para referenciar a nossa ancestralidade e afirmar que faremos Palmares de novo.
A benção aos antepassados que fizeram a dolorosa travessia do atlântico, a benção aos mais velhos e mais velhas que aqui estiveram e as vidas negras que aqui estão e que ainda virão.
Nós, mulheres negras e homens negros, marchamos porque nossos corpos, territórios e saberes, seguem alvos de uma sociedade que nos nega direitos fundamentais para uma vida plena e com dignidade, pois somos a maioria entre os pobres, os mais explorados e violentados.
Rejeitamos o capitalismo racista que nos condena à precarização, ao adoecimento e ao trabalho análogo a escravidão. São Paulo, é o terceiro estado com mais casos de trabalho análogo á escravidão, explicitando a manutenção da lógica colonialista e escravocrata.
Exigimos reparação, já!
Por isso, somos defensores da aprovação da PEC 27, para que o combate ao racismo seja política permanente do Estado brasileiro.
Marchamos contra o genocídio de nossos filhos, queremos o fim da violência policial nas comunidades. A desmilitarização da polícia militar e a Federalização das Investigações das chacinas ocorridas nos Estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.
Queremos trabalho digno, jornada justa, direitos trabalhistas, descanso e lazer. Por isso, lutamos pelo fim da Escala 6X1. Queremos uma reforma tributária justa, que taxe os bancos, bets e bilionários.
Denunciamos a descriminalização religiosa, o racismo religioso, que impacta as religiões de Matriz Africana. Queremos exaltar e reverenciar a todas as religiões afro-brasileiras como patrimônio cultural brasileiro.
Nos solidarizamos com a diáspora africana, com as lutas do sahel e o povo palestino. Iremos extinguir a extrema direita fascista do mundo, para erguer dignidade humana, sem racismo ambiental, sem xenofobia, sem discriminação e preconceito.
Contra a barbárie ocorrida em territórios periféricos, erguemos o projeto de bem viver, baseado na experiência comunitária, popular, quilombola, pois por menos que conte a história, não te esqueço meu povo, se palmares não vive mais, faremos palmares de novo!
Axé! Viva Zumbi dos Palmares! Viva Dandara!
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